1- "[elemento da prática docente que implica] a capacidade de transformação e de adequação do conhecimento científico em conhecimento acadêmico e deste para o profissional. [...] Compreendemos este conceito a partir dos estudos de Chevallard (2005), que designa transposição didática como o trabalho que transforma um objeto de saber a ensinar em um objeto de ensino. Neste processo há necessidade de produzir um conjunto de transformações adaptativas que vão torná-lo apto a ocupar um lugar entre os objetos de ensino." (BOLZAN, Doris Pires Vargas; POWACZUK, Ana Carla Hollweg. Formação permanente na Educação Superior: desafios ao desenvolvimento profissional docente. In: IMBERNÓN, Francisco; SHIGUNOV NETO, Alexandre; FORTUNATO, Ivan (Org.). Formação Permanente de Professores: experiências iberoamericanas. São Paulo: Hipótese, 2019. p. 79).
2- "designa o conjunto de transformações sofridas pelos conteúdos culturais para a formalização do processo de escolarização, da elaboração dos programas às escolhas do professor em sala de aula. Na cadeia de transposição didática, os conhecimentos são transformados pelo professor, porque isso é indispensável para ensiná-los e avaliá-los. Para tanto, é necessário, do ponto de vista didático, que o professor proponha operações de corte, simplificação, estilo, codificação dos saberes e práticas de referência para a efetivação da transposição didática, implicando uma cadeia composta: de saberes e práticas sociais; currículo formal, objetivos e programas; currículo real e conteúdos do ensino; aprendizagem efetiva e duradoura dos alunos, pensada e organizada pelo professor. (CHEVALLARD, 1991) Notas: dividir o trabalho entre os professores, organizar planos e metas de formação, gerenciar os avanços e progressões previstas para disciplinas são fatores constituintes desse processo. (BOLZAN, D.)." (MOROSINI, Marilia Costa (ed.). Enciclopédia de Pedagogia Universitária: Glossário. Brasília: INEP, 2006. v. 2. p. 362). LINK:
3- "é a passagem de um conteúdo de saber preciso
a uma versão didática deste objeto de saber ou ainda, transformação
de um objeto de saber a ensinar em objeto de ensino (CHEVALLARD,
1988). O saber objetivo, para se transformar em noções suscetíveis de
aprendizagem, passa pela didatização – uma série de operações até
certo ponto polêmicas, capazes de levar tal saber a reducionismos e até mesmo a falsificações, pelo grau de distância que pode separá-lo
do conhecimento escolar. Notas: este último apareceria, então, como
um saber sem produtor, sem historicidade e temporalidade, conforme é
encontrado com freqüência em livros didáticos. As transformações por que
passa o saber são inevitáveis e devem ser consideradas mais adaptações
ou diferenças do que simplificações do conteúdo (PETITJEAN, 1998);
trata-se de uma didatização do saber para que possa ser aprendido pelo
aluno. A transposição didática, por si mesma, não implica redução nem
banalização do saber; ao contrário, exige inovação e originalidade, pois
a cada novo período letivo, a cada aula, o conhecimento a ser ensinado
é parcialmente recriado pelo professor num trabalho inédito partilhado
com os alunos. Tem lugar uma criação ou uma recriação sustentada pelo
domínio que possui o docente do conteúdo específico e do conteúdo
pedagógico, pela reflexão sobre a prática, pelo intercâmbio com colegas,
pela interação com os alunos e, ainda, pelo habitus profissional, o qual
traduz uma relação pessoal com a cultura e com o mundo (GRILLO, M.). (MOROSINI, Marilia Costa (ed.). Enciclopédia de Pedagogia Universitária: Glossário. Brasília: INEP, 2006. v. 2. p. 448-449). LINK: